sexta-feira, 23 de agosto de 2013

FILOSOFIA: Filosofia Analítica

filosofia analítica é a vertente que parte da crença de que a lógica, desenvolvida por Gottlob Frege e Bertrand Russell, entre outros, teria implicações filosóficas gerais e poderia contribuir, assim, para um exame mais profundo de conceitos e na elucidação de algumas idéias.

Ela foi introduzida na Inglaterra em 1912, com a chegada de Wittgenstein em Cambridge, justamente para realizar pesquisas junto a Bertrand Russell. Assim, no período que se estende entre as duas guerras mundiais, com o impulso fundamental dado pelos textos de Russell e pelo Tratactus Logico-Philosophicus de Wittgenstein, de 1922, a filosofia analítica cresceu e tornou-se preponderante no seio da filosofia inglesa.


Os conceitos dos dois filósofos foram bem recebidos e desenvolvidos pelos positivistas lógicos do Círculo de Viena, bem como por Reichenbach e seu grupo de Berlim, nos anos 30. Estas idéias ganharam ainda mais força nos países em que a língua inglesa predomina, de 1945 até a década de sessenta, conhecida então como ‘filosofia lingüística’. Até hoje a vertente analítica é preponderante na filosofia britânica, no seu ponto de vista pré-linguístico.

Os filósofos analíticos iniciais eram Frege, Russell, George Edward Moore e Ludwig Wittgenstein. Na Inglaterra esta corrente se posicionava contrariamente ao hegelianismo, escola que integrava o idealismo alemão. Hoje esta filosofia encontra-se disseminada, além das nações que falam o idioma inglês, na região escandinava, em alguns países do Leste Europeu, assim como na Polônia e em Israel.


Pode-se dizer que, a princípio, a Filosofia Analítica caminhou por duas vertentes – o Positivismo Lógico e a Filosofia Lingüística -, ambas com precedentes importantes. O positivismo, oriundo do atomismo lógico criado por Bertrand Russell e da filosofia inovadora de Wittgenstein. A filosofia lingüística, nascida de G. E. Moore, que sempre destacou a importância da análise do senso comum e da linguagem cotidiana.

Muitas vezes este período compreendido pelo predomínio do Positivismo Lógico e da Filosofia Lingüística é conhecido como era da “Análise Clássica”. É importante também perceber que esta Filosofia é muito mais um movimento do que uma escola filosófica, porque seus seguidores não têm em comum as mesmas bandeiras conceituais, a não ser alguns princípios gerais. Os principais pontos em comum são a crença de que o motivo principal da filosofia é a linguagem; e a idéia de que a metodologia filosófica a ser seguida é a análise lógica.

O único conceito que mantém coesa a filosofia analítica é o da lógica contemporânea. O positivismo lógico era a principal vertente, a qual predominou até o começo dos anos 50. Mas a publicação de “Dois Dogmas do Empirismo”, de Quine, em 1951, deu início à diversificação de orientações dentro da Filosofia Analítica. De um lado, ela caminhou para a ciência cognitiva e a filosofia da mente; de outro, na direção de uma metafísica, diria até uma teologia analítica; em sentido diverso, orientou-se por uma filosofia política

 e, seguindo outra vereda, envolveu-se com várias pesquisas sobre a ética.

FILOSOFIA: Apologia de Sócrates

Apologia de Sócrates” é uma obra literária escrita pelo filósofo Platão (424/423 a.C. – 348/347 a.C.) na qual o autor exprime sua versão da defesa feita por outro filósofo, Sócrates, em seu próprio julgamento, onde está sendo acusado de corromper a juventude e de não aceitar os deuses que são reconhecidos pelo estado, introduzindo novos cultos.

A Apologia (ou defesa) de Sócrates de autoria de Platão é um dos primeiros relatos da defesa de Sócrates em meio ao famoso julgamento que resultou na sua morte por ingestão de cicuta, poderoso veneno. Várias outras “Apologias” seriam elaboradas nos anos seguintes, destacando-se ainda a feita por Xenofonte.

A primeira questão evidente na obra é se as palavras que Platão “coloca” na boca de Sócrates seriam as mesmas proferidas em concreto perante o Tribunal de Atenas ou na verdade refletem o pensamento de Platão em relação às injustiças sofridas por Sócrates.

Na visão de Platão, Sócrates havia sido vítima do poder do discurso político, que agiu contra o raciocínio filosófico. Platão acreditava na superioridade da filosofia sobre a política, a qual deveria dirigir os rumos da segunda.

Apesar da impossibilidade de verificar a fidelidade do texto em relação à defesa de Sócrates em tribunal, é evidente a concordância do autor com as argumentações expressas nas palavras do filósofo que serviu como seu mentor.

A obra está estruturada sob a forma de diálogo, iniciando-se com a acusação feita por Meleto, acompanhado de Ânito e Lícon. Meleto é o único na obra a falar durante a defesa de Sócrates, caindo em contradição sobre a natureza da acusação feita ao filósofo, afirmando num momento que este pregava o ateísmo, e em outro, que acreditava em semideuses.

 Ao longo da obra, Sócrates logicamente se concentra em uma argumentação contrária a seus adversários, que em alguns momentos se torna pessoal. O filósofo responde a seus adversários por refutação, tentando invalidar as teses opostas à sua. Ele ainda irá retroceder ao passado para reforçar a sua argumentação de defesa na tentativa de esvaziar a acusação.

A tese defendida pelo filósofo, em resposta às acusações, é a de que nada mais fazia do que filosofar. A sua teoria era a de que não havia quem pudesse dizer-se prejudicado com seus ensinamentos. Os seus argumentos, recheados de ironia, faziam corar os acusadores, que, pela força dos argumentos ficavam sem palavras para prosseguir na acusação. Por isso, a contra-argumentação, ou seja, as razões contrárias à tese defendida, certamente não prevaleceriam num julgamento justo.

A conclusão do filósofo foi a de que ele não havia cometido nenhum crime diferentemente dos juízes que julgaram procedente a ação para condenar Sócrates à pena de morte.

Sócrates, porém, permanece fiel às suas convicções e não admite renunciar ao que ensinou. Admite ser melhor morrer e ficar livre de fadigas. Sua vida foi pautada por uma ética post mortem, ou seja, na crença de que a conduta virtuosa e verdadeira durante a sua existência lhe daria a paz necessária e a credibilidade moral para ser recepcionado pelos deuses.

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

HISTÓRIA DO BRASIL: Período Regencial


Com a abdicação de D. Pedro I, considerando o fato do príncipe herdeiro ter apenas 5 anos de idade, era necessária, segundo a Constituição, a eleição de três membros pela Assembléia Geral (Senado e Câmara dos Deputados), que formariam uma Regência, para ocupar o lugar do príncipe herdeiro até que o mesmo atingisse a maioridade.


 No entanto, naquele dia 7 do mês de abril (mesmo dia da abdicação de Pedro I) de 1931, os parlamentares estavam de férias. A solução encontrada pelos parlamentares presentes na capital, na época o Rio de Janeiro, foi a eleição de uma regência provisória.

Período Regencial (1831 – 1840) pode ser dividido em duas partes: a Regência Trina (Provisória e Permanente) e a   (1834-1840). Nesse período, a Assembléia era composta por três grupos: os moderados (maioria na Assembléia, representavam a elite e defendiam a centralização do poder); o restauradores (defendiam a restauração do Imperador D. Pedro I); e os exaltados (defendiam a descentralização do poder).
Regência Una

A Regência Trina Provisória, eleita em abril, ficou no poder até julho, e era composta pelos Senadores: Nicolau de Campos Vergueiro (liberal moderado), José Joaquim Carneiro Campos (representante dos restauradores) e brigadeiro Francisco de Lima e Silva (dos mais conservadores do Exército).
A Regência Trina Permanente foi eleita em julho de 1831, pela Assembléia Geral.

 Seus integrantes foram: deputado José da Costa Carvalho (moderado), João Bráulio Muniz e o brigadeiro Francisco de Lima e Silva, que já era integrante da Regência Trina Provisória. Como ministro da justiça, é nomeado o padre Diogo Antônio Feijó.

A situação política no país diminuía a governabilidade. Restauradores e exaltados faziam oposição aos regentes. Para conter os excessos, Diogo Antônio Feijó criou, ainda em 1831, a Guarda Nacional, formada por filhos de aristocratas moderados.

No entanto, conflitos separatistas eclodiram a partir de 1833. O primeiro foi a Cabanagem (Pará), à qual seguiram: a Guerra dos Farrapos (Rio Grande do Sul), a Revolta dos Escravos Malês e a Sabinada (Bahia); Balaiada (Maranhão).

Em 1834 a situação política foi alterada com a morte de D. Pedro I. Os posicionamentos políticos mudaram, de modo que a Assembléia ficou dividida entre Progressistas (defendiam o diálogo com os revoltos) e os Regressistas (defendiam a repressão as revoltas).

Em 12 de agosto de 1834, a Regência Trina Permanente assinou um Ato Adicional, que por suas medidas foi considerado um “avanço Liberal”. Uma dessas medidas substitui a Regência Trina pela Regência Una.

Os candidatos mais fortes que concorreram ao cargo de regente único foram: Antônio Francisco de Paula e Holanda Cavalcanti (conservador) e padre Diogo Antônio Feijó (liberal), sendo que o vencedor foi Feijó, por uma pequena diferença de votos. Empossado em outubro de 1835, para um período de 4 anos, Feijó renuncia em setembro de 1837, com menos de dois anos de mandato. Os conflitos separatistas, o isolamento político e a falta de recursos foram os motivos que o levaram a renuncia.
A Segunda Regência Una leva a marca dos conservadores.

 Aproveitando o desgaste dentre os liberais, os conservadores elegeram Pedro de Araújo Lima como regente único em 19 de setembro de 1837. O poder central é fortalecido. A Lei Interpretativa do Ato Adicional de 1834, aprovada em maio de 1840, representa um retrocesso para os liberais, que, sem saída, articulam o Golpe da Maioridade.

Os conflitos e tensões aumentaram a instabilidade política, levando a elite agrária a preferir o retorno da monarquia, a centralização do poder. Os liberais, por sua vez, criaram o Clube da Maioridade, e lançaram uma campanha popular pró-maioridade de Dom Pedro.

 Com a opinião pública a favor, a constituição é transgredida em 1840, pois D. Pedro é declarado maior de idade, aos 14 anos. Os objetivos, tanto dos Progressistas quanto dos Regressistas, era de governar por meio da manipulação do jovem D. Pedro II, assim intitulado quando assume o governo, em julho de 1840.

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Primeira Guerra Mundial

O final do século XIX e a 1ª década do século XX na Europa, foram marcados por um clima de confiança e otimismo. Os homens da época tinham a sensação de que a Europa teria o domínio definitivo sobre todos os continentes. Porém, por trás dessa aparência de tranqüilidade estavam presentes graves problemas econômicos.


Soldados franceses atacam alemães durante a Primeira Guerra Mundial. Foto de 1917.
O mundo encontrava-se dividido e submisso às grandes potências européias e aos Estados Unidos. Não existiam mais territórios sem dono e as grandes potências brigavam entre si na tentativa de expandir suas áreas de dominação econômica e política.

A Revolução Industrial trouxe transformações importantes para a economia capitalista: surgiram as máquinas elétricas e os motores a combustão.
As indústrias mais importantes extraiam petróleo, fabricavam aço, máquinas e navios.
A competição capitalista estimulou o crescimento de algumas empresas; porém, levou ao fracasso muitas outras. Empresas mais fracas foram compradas ou faliram, enquanto que as grandes ficaram maiores ainda.

Os chamados monopólios (grandes empresas) passaram a controlar os grandes setores da economia. Tais empresas queriam crescer e enriquecer cada vez mais. Desejavam matérias-primas (minério, algodão, cacau), mão-de-obra barata (para trabalhar nas minas com salários reduzidos e lucros para os patrões) e mercados consumidores.

Para conseguir tudo isso as empresas (monopólios) precisavam investir capital em outros lugares do mundo e criar impérios econômicos (principalmente em países de economia mais frágil) e tudo isso com a ajuda de seus respectivos governos.

Economistas alemães e ingleses do início do século XX chamaram essa nova fase do capitalismo mundial de Imperialismo.
Esse choque de imperialismos acabou deflagrando a Primeira Grande Guerra.
O Imperialismo estava ligado a dois fenômenos:
  1. Investimento de capital no estrangeiro
  2. Domínio econômico de um país sobre o outro
Os países imperialistas colonizaram vastas regiões na África e na Ásia e justificaram as suas ações baseadas no racismo (“raça branca merece dominar as demais”), etnocentrismo (“brancos civilizados levam progresso aos povos primitivos”), darwinismo (“nações mais fortes sobrevivem e mais fracas, não”).
No começo do século XX, a indústria alemã estava ultrapassando a inglesa. Tanto alemães quanto ingleses não queriam competir no mercado e para acabar de vez com a concorrência, seus governos decidiram que uma guerra seria muito bem-vinda.

Porém, era preciso convencer o povo de que não havia outra saída. Para tal “serviço de convencimento”, a imprensa foi fundamental, e cada país usava os jornais para tentar destruir moralmente o outro.

Em 1871, a Alemanha se tornou um país unificado, essa unificação se completou depois que os alemães derrotaram a França na Guerra Franco-Prussiana. Como conseqüência, a França foi obrigada a entregar a região de Alsácia-Lorena, fato que levou os franceses a quererem vingança.
A Europa estava a um passo da guerra e os países disputavam novas colônias.

 A situação se agravou ainda mais quando o arquiduque Francisco Ferdinando (herdeiro do trono austríaco) visitou Sarajevo. A população de Sarajevo odiava os austríacos e o filho do imperador austríaco resolveu desfilar de carro aberto pela cidade.

Francisco Ferdinando foi assassinado e esse fato é considerado a causa imediata da Primeira Guerra.
Porém, vários outros fatores também contribuíram para o advento da guerra.
  • A construção da estrada de ferro Berlin-Bagdá: sua construção colocaria à disposição da Alemanha os lençóis petrolíferos do Golfo Pérsico e os mercados orientais, além de ameaçar as rotas de comunicação entre a Inglaterra e seu Império.
  • Pan-Eslavismo Russo (união de todos os povos eslavos sob a proteção da Rússia): o Pan-Eslavismo servia de justificativa para os interesses imperialistas da Rússia de dominar regiões da Europa Oriental habitadas por outros povos eslavos (poloneses, ucranianos, tchecos, eslovacos, sérvios, búlgaros, croatas…)
  • Nacionalismo da Sérvia
  • Conflitos originários da decadência do Império Turco
  •  A Alemanha e a Itália eram imperialistas, queriam e precisavam de colônias, para isso precisariam tomar as colônias de outros países, já que não havia mais quase locais para serem dominados
  • Crises no Marrocos: alemães, ingleses e franceses disputavam essa área
  • Primeira e segunda Guerra Balcânica
Das rivalidades entre essas várias potências, surgiram dois sistemas de alianças. O que unia esses dois blocos era a existência de inimigos comuns:
  • Tríplice Entente (Inglaterra, França e Rússia)
  • Tríplice Aliança (Alemanha, Império Austro – Húngaro e Itália)
A primeira guerra dividiu-se em 3 fases:
  1. Guerra de movimento: momentos iniciais do conflito. O jogo de Alianças e as hostilidades arrastaram vários países para o conflito
  2. Guerra de Trincheiras: consistia na construção de trincheiras pelos alemães em solo francês. Nesse momento foram introduzidas novas armas como as metralhadoras e os tanques.
  3. Ofensivas
Em 1915, Japão e Itália entraram na guerra, porém, o primeiro se retirou do conflito após tomar os territórios alemães na China e algumas colônias.
Em 1916, houve duas grandes batalhas envolvendo Franceses, Ingleses e Alemães:
Batalha de Somme (1 milhão de 100 mil mortos) e a Batalha de Verdun (600 mil mortos).
Os EUA vendiam alimentos, combustível, produtos industriais e máquinas para a França e a Inglaterra. Tudo pelo sistema de crediário (“compre agora e pague depois da guerra”).

Com o passar do tempo, a situação ficava pior (destruição, fome, miséria e matanças) e os EUA começaram a temer que a França e a Inglaterra não pagassem pelas mercadorias compradas dos americanos (os dois países deviam aos americanos quase 2 bilhões de dólares).
Com essa mentalidade, os americanos começaram a fazer uma forte campanha a favor da entrada do país na guerra.

Em março de 1917, os alemães afundaram alguns navios americanos que iam comerciar com a Inglaterra e no dia 6 de abril o Congresso americano votava favoravelmente a declaração de guerra à Alemanha.
Em 1917, várias propostas de paz foram lançadas por países e entidades neutras. O presidente dos EUA (Woodrow Wilson), em 1918, levou essas idéias ao Congresso no chamado “Programa dos 14 Pontos”.

Em março do 1918 (após a revolução socialista) o governo russo assinava a paz com a Alemanha e se retirava da guerra. Bulgária, o Império Turco e o Império Austro- Húngaro também seguiam o exemplo russo e se retiraram do conflito.
Enquanto os países se retiravam aos poucos do conflito, o povo alemão se rebelava contra a guerra.
Em 1918, a Alemanha foi transformada em República e o novo governo aceitou o armistício dando por encerrado o conflito.

Em 1919, iniciou-se a Conferência de Paris (no Palácio de Versalhes), onde seriam tomadas as decisões diplomáticas do pós-guerra. Os 27 países “vencedores” participaram da conferência.
Tratado de Versalhes colocou de lado o “Programa dos 14 Pontos” e os “vencedores” impuseram duras penalidades à Alemanha:
  • A Alemanha perdeu suas colônias
  • Ficou proibida de ter forças armadas
  • Foi considerada culpada pela guerra
  • Teve que pagar uma indenização aos “vencedores”
Com tudo isso, a Alemanha perdeu muito dinheiro e mergulhou na maior crise econômica de sua história.
Na Alemanha, não havia mais imperador, agora o país era uma república democrática e esse período foi chamado de “República de Weimar” que durou até 1933, quando os nazistas tomaram o poder impondo um regime ditatorial.
Até então, essa foi a pior guerra que o mundo conhecera, foram 9 milhões de mortos e além deles, 6 milhões de soldados voltaram mutilados.
Além dessas, a guerra também trouxe outras sérias consequências.
  • Famílias destruídas e crianças órfãs
  • Os EUA tornaram-se o país mais rico do mundo
  • O império Austro-Húngaro se fragmentou
  • Surgimento de alguns países (Iugoslávia) e desaparecimento de outros
  • O império turco após 200 anos de decadência se dividiu
  • Em 1919, foi criada a Liga das Nações (sediada na Suíça); porém, pouco tempo depois ela fracassou
  • O desemprego aumentou na Europa
Quatro anos após a Guerra, a Europa já não era mais a mesma. Dentre as principais mudanças estão:
  • presidentes no lugar de príncipes, automóveis circulando pelas ruas, submarinos nos mares e aviões nos céus
  • O cinema e o rádio também começaram a se expandir
  • As mulheres tomaram consciência dos seus direitos e tornaram-se mais livres
Tudo isso caracterizava uma nova fase mundial, era o início de um novo século.

terça-feira, 13 de agosto de 2013

FILOSOFIA: Analectos De Confúcio

Conhecidos também pelo nome de Diálogos de Confúcio, os Analectos de Confúcio  formam o livro de doutrinas de maior importância para o confucionismo, sistema filosófico chinês criado por Kung-Fu-Tzu (Confúcio).

 A obra é um dos poucos registros confiáveis sobre os ensinamentos de Confúcio e é composta por diversos aforismos que o pensador chinês deixou como legado aos seus discípulos e seguidores. Pode-se dizer que os Analectos de Confúcio foram lidos no Oriente na mesma intensidade que Bíblia foi lida do Ocidente.

Para entender a importância dos Analectos de Confúcio é necessário saber sobre a vida e a obra de seu autor, que passou sua vida na China entre os anos de 551 a 479 a.C. e influenciou de forma marcante a cultura chinesa, enfatizando os aspectos educacionais e morais relacionados à vida do homem. Apesar de ter sido um pensador influente, Confúcio nada deixou escrito ou registrado.

 Os Analectos são uma forma de recuperar alguns de seus aforismos, todos com difícil interpretação. Isso se deve à linguagem chinesa simbólica em que foram escritos e que com o passar dos anos acabaram tendo seus significados alterados devido à grande quantidade de traduções.

De acordo com algumas fontes históricas, existe uma menção aos Analectos de Confúcio no Fang chi, um capítulo do Li chi. Desta forma, é comprovada a existência dos aforismos mesmo antes da dinastia Han. Outra menção à obra é encontrada no Han shu (História da dinastia Han), onde há um relato sobre a compilação da obra e a apresentação dos Analectos em três versões:   Lu lun, em 20 livros; Ch’i lun, em 22 livros e Ku lun, em 21 livros.

No período inicial da dinastia Han, diversos estudiosos escolhiam uma das três versões para aprofundamento. Contrariando esta maneira de entender os Analectos, Chang Yü optou por uma versão eclética, que ficou conhecida pelo nome de Chang hou lun – o Lun yü do marquês Chang. Por ter seu diferencial no conhecimento da obra de Confúcio, Chang Yü tornou-se uma figura importante na China, chegando a assumir o cargo de primeiro-ministro em 25ª.C. Então sua versão dos Analectos ganhou notoriedade e popularidade, fazendo com que as versões anteriores fossem esquecidas.

Tempo depois, uma nova versão foi feita por Cheng Hsüan, que viveu entre 127 e 200 d.C. Cheng é tido como o mais notório comentarista das obras confucianas, pois seu textos, apesar de manterem a fidelidade ao Lu lun, fazem uso das melhores leituras do Ch’i lun. A versão de Cheng não existe mais, resta apenas uma cópia manuscrita por um garoto de doze anos que foi encontrada em 1969. Nos dias de hoje, a versão mais consultada é a de Ho Yen.

IDADE MÉDIA : A Queda De Constantinopla

A cidade de Constantinopla  (hoje Istambul) estava localizada entre as principais rotas comerciais ligando a Ásia à Europa (o principal porto que ligava o Mar Mediterrâneo ao Negro ficava naquela região). Uma vez que, devido a sua localização, Constantinopla acabou tornando-se o local ideal para as crises militares. Constantino (o imperador), após assumir o império transferiu o Império Romano para uma colônia grega de Bizâncio devido a invasões bárbaras, surgindo então a cidade.



 Quando Constantino assumiu o trono dando continuidade as idéias de seu pai, acabou atraindo para si, a desconfiança por parte do Sultão Mura II e da Igreja, porém isso nada lhe significou. Porém, apenas com Teodósio é que o Império Romano se dividiu, ficando uma sede ao Oriente (sendo Constantinopla sua capital) e a outra sede ao Ocidente (Milão era a capital).

Tendo ocorrido a divisão entre a Igreja Católica e a Ortodoxa, a cidade de Constantinopla acabou se mantendo distante das povos ocidentais. Isso fez com que os turcos se prepararem. O imperador João VIII solicitou um concílio na Itália, onde se resolveu o problema entre as duas igrejas. Assim, em abril do ano de 1453 a cidade foi oficialmente bloqueada pelos turcos, disparando o canhão voltado para o Vale do Rio Lico, a Muralha continuou intacta aos primeiros ataques, no entanto, em menos de uma semana sua fortaleza começou a ceder.


 Inicialmente os bizantinos venceram as primeiras batalhas, porém por volta do dia 20 do mesmo mês foram avistados navios enviados pelo Papa e navio o grego (chegando com êxito). E assim, seguiu diversos ataques até que ocorreu o último deles ao dia 28 de maio, o ataque foi ordenado por Maomé II.

Durante o ataque um grande canhão abriu uma ferida na muralha, local onde os turcos centralizaram o ataque. Constantino pensou em contornar a situação (tentando o conserto da muralha), cometendo um grande erro. Pois, a medida que se preocupava com os ataques no Lico, deixou o portão do noroeste da muralha semi-aberta.

 Nesse momento alguns otomanos  invadiram o espaço entre as muralhas. Assim, em pleno combate, teve-se a decadência final de Constantinopla, pois o imperador Constantino XI lançou-se ao combate e nunca mais foi visto.


Consequências


Cronistas que viviam na época não acreditavam na derrubada da muralha pelos turcos, iniciando várias conversas de uma nova cruzada para liberar Constantinopla, porém nenhum país poderia no momento ceder tropas.

O comércio existente entre a Ásia e a Europa começa a entrar em um período de declínio. Com isso, os europeus realizaram projetos de rotas comerciais, surgindo assim, o período das Grandes Navegações.


domingo, 11 de agosto de 2013

Richard Dawkins


Clinton Richard Dawkins, FRS, (Nairóbi - 26 de março de 1941) é um etólogo, biólogo evolutivo e escritor britânico. Ele é fellow emérito do New College, da Universidade de Oxford, e foi Professor para a Compreensão Pública da Ciência em Oxford entre 1995 e 2008.

Dawkins ganhou destaque com o seu livro O Gene Egoísta, de 1976, que popularizou a visão da evolução centrada nos genes e introduziu o termo meme. Em 1982, ele introduziu à biologia evolutiva o influente conceito de que os efeitos fenotípicos de um gene não são necessariamente limitados ao corpo de um organismo, mas podem ampliar-se também ao meio ambiente, incluindo os corpos de outros organismos; este conceito é apresentado em seu livro O Fenótipo Estendido.

Dawkins é ateu declarado, vice-presidente da Associação Humanista Britânica e defensor do movimento bright. Ele é bem conhecido por suas críticas ao criacionismo e ao design inteligente. Em seu livro O Relojoeiro Cego, de 1986, critica a analogia do relojoeiro, um argumento para a existência de um criador sobrenatural baseado na complexidade dos organismos vivos. Em vez disso, ele descreve os processos evolutivos como análogos a um "relojoeiro cego".

Ele já escreveu vários livros de divulgação científica e faz aparições regulares na televisão e no rádio, principalmente para discutir esses temas. Em seu livro The God Delusion (Deus, um Delírio no Brasil e A Desilusão de Deus em Portugal), de 2006, Dawkins afirma que um criador sobrenatural quase certamente não existe e que a fé religiosa é uma ilusão — "uma crença falsa e fixa". Em janeiro de 2010, a versão em inglês do livro já havia vendido mais de dois milhões de cópias e foi traduzida para 31 idiomas.

Biografia


Seu pai, Clinton John Dawkins (1915-2010), era um funcionário civil agricultor do serviço colonial britânico na Niassalândia (o atual Malawi). Com o início da Segunda Guerra Mundial, John foi convocado a servir com o King's African Rifles no Quênia, para onde levou secretamente a esposa. Richard Dawkins nasce em Nairobi em 1941. Após o final da guerra, a família voltou à Niassalândia onde permaneceu até 1949, quando Dawkins tinha oito anos. John havia herdado de um primo distante uma propriedade rural na Inglaterra, a Over Norton Park, que mais tarde John transformou em uma fazenda comercial. Dawkins tem uma irmã mais nova.
Embora Dawkins tenha recebido uma educação religiosa, que ele que descreve como "uma criação anglicana normal",  seus pais eram entusiastas das ciências naturais e respondiam às suas perguntas em termos científicos, nunca míticos. Ele seguiu a doutrina cristã e chegou a ser crismado. Na adolescência concluiu que a teoria da evolução é uma explicação melhor para a complexidade da vida e a partir de então deixou de acreditar em um deus. Dawkins afirma: "eu creio que, naquela época, a principal razão residual para que eu fosse religioso era por ser tão impressionado pela complexidade da vida e pelo sentimento de que isso tinha de ter um criador, e eu acho que foi perceber que a explicação darwinista era muito superior que puxou o tapete do argumento do design. E isso me deixou sem nada".

Entre 1954 e 1959, ele frequentou a Oundle School, uma escola pública inglesa com notória tendência para a Igreja da Inglaterra,Estudou zoologia no Balliol College, Oxford, graduando-se em 1962. Durante a graduação foi orientado pelo etólogo ganhador do Prêmio Nobel Nikolaas Tinbergen. Permaneceu como estudante de pesquisa sob a supervisão de Tinbergen, recebendo os graus de M.A. e Ph.D.

 Em 1966 e depois disso manteve-se como assistente de pesquisa por mais um ano. Tinbergen foi pioneiro no estudo do comportamento animal, especialmente nas áreas de aprendizagem, instinto e escolha.  A pesquisa de Dawkins neste período concebia modelos sobre a tomada de decisões por animais.

De 1967 a 1969, foi professor assistente de zoologia na Universidade da Califórnia, em Berkeley, Estados Unidos. Durante este período, os alunos e professores da universidade eram, em sua maioria, contrários à Guerra do Vietnã, que estava em curso, e Dawkins envolveu-se profundamente nas manifestações e atividades anti-guerra. Ele voltou para a Universidade de Oxford em 1970, assumindo um cargo como professor. Em 1990, tornou-se um reader (grau acadêmico) em zoologia. No ano de 1995, foi nomeado para a Cátedra Simonyi para a Compreensão Pública da Ciência na Universidade de Oxford, uma posição que tinha sido criada por Charles Simonyi com a intenção expressa de que o premiado deveria "fazer importantes contribuições para a compreensão pública de algum campo científico". Simonyi também expressou o desejo de que o primeiro titular da cátedra fosse Richard Dawkins.
Desde 1970, é fellow do New College, de Oxford. Ele fez uma série de palestras inaugurais e de outros tipos, incluindo a homenagem póstuma para Henry Sidgwick (1989), a primeira homenagem póstuma de Erasmus Darwin (1990), a palestra Michael Faraday (1991), a palestra em memória de T. H. Huxley(1992), a palestra em memória de Irvine (1997), a palestra Sheldon Doyle (1999), a palestra Tinbergen (2004) e as palestras Tanner (2003). Em 1991, ministrou a Royal Institution Christmas Lectures (Conferência de natal da Royal Institution) na série Growing Up in the Universe. Ele também atuou como editor de várias revistas e tem atuado como consultor editorial para a Enciclopédia Encarta e Enciclopédia da Evolução. É editor sênior do Conselho para o Humanismo Secular da revista Free Inquiry, para a qual também escreve uma coluna. Também é membro do conselho editorial da revista Skeptic desde a sua fundação.
Foi membro de comissões julgadoras de diversas premiações, como o Prêmio Michael Faraday, da Royal Society, e o British Academy Television Awards,além de ter sido presidente da seção de Ciências Biológicas da Associação Britânica para o Avanço da Ciência. Em 2004, o Balliol College, instituiu o Prêmio Dawkins, concedido pela "excelente pesquisa sobre a ecologia e o comportamento dos animais cujo bem-estar e sobrevivência pode estar ameaçada pelas atividades humanas". Em setembro de 2008, se aposentou de sua cátedra, anunciando planos de "escrever um livro destinado a jovens para avisá-los sobre os perigos de acreditar em contos de fadas 'anti-científicos'".

FONTE:

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Santo Agostinho


Teólogo, filósofo, escritor e mitógrafo, nascido em Tagaste, próximo de Hipona, na então província romana de Numídia, na África romana, hoje Suk Ahras, na Argélia, conhecido como o último dos antigos e o primeiro dos modernos filósofos a refletir sobre o sentido da história e o arquiteto do projeto intelectual da Igreja Católica, o primeiro grande patrístico do período nissênico, com pensamento próprio, e um dos fundadores da Teologia. Filho de pais ricos, o pagão e depois convertido Patrício e da cristã Mônica, mais tarde canonizada, levou na mocidade uma vida circense e em atividades teatrais. Estudou retórica em Cartago (371-374), onde aos 17 anos passou a viver com uma concubina, da qual teve um filho, Adeodato. Interessou-se por filosofia após ler Hortensius, de Cícero e quando também aderiu ao maniqueísmo, caracterizadamente rigorista e proselitista. Retornando a Tagaste, lecionou retórica por um ano. Mais uma vez em Cartago, continuou no mesmo magistério, por 8 anos. 

Passou um ano em Roma e três em Milão, onde começou a ensinar retórica em Milão (384), e conheceu Santo Ambrósio, bispo da cidade. Interessou-se pelo cristianismo, voltou-se para o estudo dos filósofos neoplatônicos, renunciou aos prazeres físicos e converteu-se ao cristianismo (387), quando foi batizado por santo Ambrósio, junto com o filho Adeodato. Retirou-se do magistério, dedicando-se mais intensamente à filosofia neoplatônica. Retornou finalmente à África, e decidiu fundar um mosteiro com os bens que então herdara, em Tagasta (387), a origem da ordem agostiniana. Nessa época perdeu a mãe e, pouco depois, o filho. 




Ordenado padre em Hipona (391), pequeno porto do Mediterrâneo, atual Bône, na Argélia, tornou-se bispo-coadjutor da diocese (395) e foi nomeado bispo com a morte (397) do bispo diocesano Valério. Por causa de sua atividade como bispo de Hipona, esta cidade se ligou ao seu nome. Tomado pelo ideal da ascese, não tardou para que fundasse uma comunidade ascética nas dependências da catedral, uma ordem com o seu nome e sua influência que atingiu até, pelo menos, o século XVII. Foi testemunha dos acontecimentos decisivos da história universal, como o fim da antiguidade clássica, a invasão de Roma pelos visigodos e a decadência do Império Romano sob o ataque dos bárbaros. 

Sob esse clima estudou, ensinou e escreveu suas obras. No final de sua vida suas preocupações se concentraram na teologia, buscando aprimorar os conceitos neoplatônicos, os quais aliás deram sustentação teológica à polêmica doutrina sobre a atribuição da divindade às três pessoas: um Pai, um Filho e um Espírito Santo. Morreu durante o cerco de Hipona pelo rei dos vândalos, Genserico, e é festejado como doutor da igreja, venerado no dia 28 de agosto, tido como data de sua morte. Ainda que atingisse a posição de o mais expressivo teólogo e filósofo cristão do primeiro milênio, o seu pensamento não chegou a explicitar um sistema filosófico perfeitamente acabado. 

Sua obra se ressentiu contudo pela falta de preparo em língua grega, a qual lia apenas em traduções. Do neoplatônico Plotino (~204-270), através da tradução latina do patrístico Mário Victorino, encontrou o embasamento para desenvolver a doutrina cristã a um tempo monoteísta e trinitária, mas se libertou das emanações plotinianas, expondo uma conceituação filosófica da Trindade, que multiplicou as pessoas divinas e não a natureza. Sua obra, em si mesma imensa, de extraordinária riqueza, antecipou, além disso, o cartesianismo e a filosofia da existência. Fundou a filosofia da história e dominou todo o pensamento ocidental até o século XIII, quando deu lugar ao tomismo e à influência aristotélica. 

Voltou à cena com os teólogos protestantes Lutero e, sobretudo, Calvino, e hoje é um dos alicerces da teologia dialética. Escreveu cerca de 100 títulos e dentre os autores cristãos da antiguidade romana, foi um dos mais volumosos. Suas obras passaram a ser reeditadas até hoje. Nos 10 anos anteriores ao episcopado (386-396) escreveu: Contra os acadêmicos (Contra academicos), sobre a certeza; Da vida feliz (De beata vita); Da ordem (De ordine), sobre a providência divina e a educação; Solilóquios (Soliloquiorum), sobre Deus e a alma que fala a Deus; Da imortalidade da alma (De immortalitate animae); Da grandeza da alma (De quantitate animae), sobre a capacidade da alma para a virtude a contemplação de Deus; Do mestre (De magistro), sobre a língua e a instrução; Do livre arbítrio (De libero arbitrio), contra o determinismo maniqueísta e Deus como princípio do bem; Da música (De musica), sobre o ritmo e a elevação a Deus; Dos costumes da igreja e sobre os costumes dos maniqueus (De moribus ecclesiae et de moribus manichaeorum); Do Gênesis contra os maniqueus (De Genesi contra manichaeos); Da utilidade de crer (De utilitate credendi); Contra Adimanto, discípulo de Maniqueu (Contra Adimantum, Manichaei discipulum). 

Fonte: http://www.dec.ufcg.edu.br/biografias/ 

Plantation


Para entendermos bem o que é “plantation, precisamos falar um pouco a respeito de sistemas agrícolas. Estes podem ser classificados em dois tipos:

sistema agrícola intensivo  (ou agricultura intensiva) é praticado por propriedades ou localidades que conseguem explorar a terra por um longo espaço de tempo, tendo altos índices de produtividade e utilizando modernas técnicas e máquinas para melhor preparar o solo, bem como para o cultivo e a colheita. Normalmente este sistema permite que a produção seja comercializada para dentro e para fora do país, devido à sua grande produção

- sistema agrícola extensivo  (ou agricultura extensiva) que é utilizado em propriedades geralmente, mas não obrigatoriamente, menores, as quais fazem uso de técnicas comuns de cultivo do solo, mais rudimentares que as anteriormente citadas, exploram de maneira menos produtiva o solo de modo que não costumam comercializar constantemente aquilo que produzem.

Plantation é, portanto um sistema agrícola, e foi bastante utilizado durante a exploração das Américas, visto que aqui se possuía um solo fértil e propício para o cultivo das mais variadas espécies vegetais. Foram cultivadas principalmente as plantas tropicais, já que se adaptavam bem ao clima e às condições do solo, fazendo com que os gastos fossem muito menores. Dentro desse mega-sistema agrícola, um país apoiava sua suposta economia no cultivo de apenas uma espécie vegetal, fazendo com que essa fosse levada para fora do país.

Para a concretização, muitas vezes foi usada a mão-de-obra escrava ou indígena, bem como a dominação de classes mais baixas, camponeses que não possuíam terras e eram obrigados a trabalhar nas plantações alheias a troco de praticamente nada. Apesar de ter sido mais utilizado na colonização da América, hoje em dia ainda é praticado em países subdesenvolvidos. É um sistema de monocultura para exportação, tecnicamente falando, e ainda teve suas variações quando foi levada à África e Ásia, pelos mesmos europeus que a trouxeram para cá, com o intuito, sempre, de complementar sua agricultura


. Lá era denominado cultivo especulativo, e não visava nenhum interesse ou melhora do país em que era estabelecido. Quase toda a produção era exportada e o que permanecia no país eram apenas os produtos de menor qualidade.

Ao “descobrir” as Américas, os europeus mantiveram aqui as chamadas colônias de exportação, as quais caracterizavam-se por serem totalmente dependentes de seus colonizadores, como se fossem propriedade dos mesmos. A presença da “plantation” era uma forte característica das colônias de exploração, as quais sempre mantinham as mesmas práticas, ou seja:

- Grandes espaços de terra eram distribuídos para alguns exploradores, formando assim os latifúndios.
- Existia sempre um “produto-rei” o qual regia toda a produção do país, já que era priorizado, e era sempre destinado à exportação, caracterizando assim uma monocultura.
- A mão-de-obra utilizada era a escrava, geralmente com negros trazidos da África até a colônia de destino, somente para esse fim.

A partir dessa realidade se instalou durante muito tempo a “plantation”. No Brasil, especialmente nas localidades que cultivam cana-de-açúcar ou café, a plantation ainda é utilizada, e muitas vezes fazem uso até de mão-de-obra escrava, mesmo sendo terminantemente proibida.




quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Sam Harris

Sam Harris (1967) é um escritorfilósofo, e neurocientista americano. É o autor de O Fim da Fé (2004) (no português brasileiro, "A Morte da Fé"), laureado com o prêmio PEN/Martha Albrand em 2005, e de Carta a Uma Nação Cristã (2006), uma resposta elaborada às críticas que o livro anterior recebeu. Em 2009, ele completou o seu doutorado em neurociência na Universidade da Califórnia em Los Angeles.



Biografia


Após ter sido intensamente criticado em consequência de suas críticas à dogmática religiosa, Harris é cauteloso em revelar detalhes sobre sua vida pessoal e sobre seu passado. Ele disse ter sido criado por uma mãe judia e por um pai Quaker, e disse para a revista Newsweek que quando era criança, teria recusado fazer a cerimônia Bar mitizá. Ele frequentou a Universidade de Stanford, na condição de aluno de graduação (major) em língua inglesa, mas deixou os estudos depois de uma experiência com a droga LSD, que lhe alterou a perspectiva de vida. Durante este período estudou o budismo e a meditação, e proclama ter lido centenas de livros sobre religião. Após onze anos, retornou para Stanford onde obteve a sua graduação em filosofia. Mais tarde obteve o seu doutorado em neurociência na Universidade da Califórnia em Los Angeles, utilizando imagens de ressonância magnética para conduzir pesquisas sobre a base neurológica das crenças, descrenças, e incertezas.


Visão de Mundo



A mensagem básica de Harris é a de que chegou a hora de questionar livremente a ideia de fé religiosa. Ele entende que a sobrevivência da civilização está em perigo devido ao tabu de não se permitir questionar as crenças religiosas. Enquanto realça o que ele considera como um problema particular posto pelo Islã neste momento com relação ao terrorismo internacional, Harris diretamente critica as religiões de todos os tipos e tendências. Ele enxerga a religião como um impedimento para o progresso em relação a abordagens mais esclarecidas da ética e da espiritualidade.

Embora um ateísta por definição, Harris afirma que o termo é desnecessário. Sua posição é a de que o ateísmo não é uma visão de mundo ou filosofia, mas a "destruição de ideias más". Declara que a religião é especialmente cheia de ideias más, chamando de "um dos mais perversos maus usos de inteligência que nós já inventamos" ("one of the most perverse misuses of intelligence we have ever devised").

 Ele compara as crenças religiosas modernas com os mitos dos antigos gregos, que foram uma vez aceitos como verdadeiros, mas que atualmente estão obsoletos. Em uma entrevista em janeiro de 2007, Harris disse: "Nós não temos uma palavra para não acreditar em Zeus, o que é dizer que nós somos todos ateístas em respeito a Zeus. E nós não temos uma palavra para não ser um astrólogo" ("We don't have a word for not believing in Zeus, which is to say we are all atheists in respect to Zeus. And we don't have a word for not being an astrologer").

 Ele então diz que o termo será aposentado apenas quando "nós todos alcançarmos um nível de honestidade intelectual onde nós não mais fingiremos estar certos sobre coisas de que nós não estamos certos" ("we all just achieve a level of intellectual honesty where we are no longer going to pretend to be certain about things we are not certain about").

Ele também rejeita a alegação de que a Bíblia foi inspirada por um Deus omnisciente. Ele declara que, se esse fosse o caso, o livro iria "fazer predições específicas, falseáveis, sobre os eventos humanos" ("make specific, falsifiable predictions about human events"). Em vez disso, a Bíblia "não contém uma única frase que não poderia ter sido escrita por um homem ou uma mulher vivendo no primeiro século" ("does not contain a single sentence that could not have been written by a man or woman living in the first century").

No livro O Fim da Fé, Harris dedica um capítulo à "Natureza da Crença". Sua principal sugestão é que todas as crenças, exceto aquelas relacionadas aos dogmas religiosos, são baseadas em provas e experiências. Ele diz que a religião permite que visões que, de outra forma, seriam um sinal de loucura, se tornem aceitas e, em alguns casos, veneradas como "sagradas".

 Ele dá especial atenção a doutrinas tais como a transubstanciação, a doutrina adotada pela Igreja Católica de que, durante a missa, o pão e vinho da eucaristia mudam de substância para o corpo e sangue de Jesus Cristo. Harris sugere que se alguém isoladamente desenvolvesse essa crença, iria ser considerado "louco". Ele entende ser "meramente um acidente da história ser considerado normal em nossa sociedade acreditar que o criador do universo possa ouvir os seus pensamentos, enquanto que é demonstrativo de doença mental acreditar que ele está se comunicando com você por batidas de chuva em código Morse na janela de seu quarto" ("merely an accident of history that it is considered normal in our society to believe that the Creator of the universe can hear your thoughts while it is demonstrative of mental illness to believe that he is communicating with you by having the rain tap in Morse code on your bedroom window").

Para ele, apesar de existirem várias formas de obter conhecimento, aceitar mentiras apenas por serem emocionalmente agradáveis não é algo saudável. Harris acredita que no contexto de um século XXI, com tecnologias militares de um poder inimaginável, continuar relegando a razão a fantasias religiosas constitui um sério perigo ao futuro da humanidade

Estados Unidos religioso



Harris centra muitas de suas críticas sobre o estado contemporâneo das coisas religiosas nos Estados Unidos. Harris preocupa-se de que muitas áreas da cultura americana estão danificadas pelas opiniões que são guiadas pelo dogma religioso. Por exemplo, ele cita pesquisas de opinião pública mostrando que 44% dos americanos acreditam que é "certo" ou "provável" que Jesus retornará à Terra dentro dos próximos cinquenta anos, e que o mesmo número percentual de pessoas acredita que o Criacionismo deve ser ensinado em escolas públicas, e que Deus prometeu literalmente a terra de Israel aos atuais judeus.

Quando o ex-presidente estadunidense George W. Bush publicamente invocou Deus em discursos sobre questões de política interna e externa, Harris nos propôs considerar como nós poderíamos reagir se ele tivesse mencionado Zeus ou Apolo na mesma situação.

Tais opiniões e manifestações sem lógica são frequentemente protegidas contra um criticismo objectivo, o que nos impede de planejar um futuro sustentável e construir uma sociedade realmente global, diz Harris.

Ética e moralidade



Em consideração a moralidade, Harris considera que estamos há muito atrasados para adotarmos o humanismo secular. Harris afirma que a suposta ligação entre fé religiosa e moralidade é um mito, que não está baseado em provas estatísticas. Ele observa, por exemplo, que os países escandinavos, altamente secularizados, estão dentre os mais generosos para com o terceiro mundo.

Harris vai além e coloca que, longe de ser a fonte de nossa boa moral, a religião pode render posições éticas altamente problemáticas. Ele cita diversos exemplos, incluindo a proibição da Igreja Católica do uso de preservativos, alegadamente agravando a epidemia global de SIDA, as tentativas feitas por grupos de pressão religiosos estadunidenses para impedir pesquisas com células-tronco, e a natureza punitiva da "guerra contra as drogas" estadunidense. Ele vê nesses exemplos a tendência da religião separar os juízos morais do foco no sofrimento humano real.

 Harris também vê a influência da religião na maioria das leis estadunidenses sobre "vícios". Ele entende que a maioria das leis marginalizando a pornografia, sodomia e prostituição têm, na verdade, a intenção de combater o "pecado", e não o "crime".

Harris sustenta que a moralidade e a ética podem ser estudadas, e melhoradas, sem "pressupor qualquer coisa com base em provas insuficientes" ("presupposing anything on insufficient evidence").Ele declara que os humanos devem "decidir o que é bom nos bons livros" ("decide what is good in the Good Books"), em vez de derivar o nosso código moral das escrituras.

 Ele elogia a regra de ouro como um ensinamento moral que é "ótimo, sábio, e compassivo" ("great, wise and compassionate"). Ele contrasta isso com as passagens bíblicas que declaram que atos como sexo pré-marital, desobediência aos pais e a adoração de "outros deuses" devem ser punidos com morte.

 Harris declara que nós evoluímos em nosso pensamento de uma maneira que nós compreendemos que a Regra de Ouro vale a pena ser seguida, enquanto que outros mandamentos em outras partes da Bíblia não. Ele também ressalta que a Regra de Ouro não é exclusiva de uma religião em particular, e que ela foi ensinada por figuras tais como Confúcio e o Buda séculos antes do Novo Testamento ser escrito.