sábado, 27 de julho de 2013

A Catedral da Sagrada Família


Para ver a catedral por dentro, acesse esse link: http://www.phototravel360.com/360/espanha/barcelona/sagradafamilia/sagradafamilia.html

A Catedral da Sagrada Família é um edifício que não se parece a nenhum outro, com colunas que se torcem e se ramificam como se fossem árvores, e com enormes torres perfuradas que se erguem silenciosa sobre uma nave vazia. Alguns a descreveram como uma obra genial, outros, como o produto de uma imaginação doente. Poucas construções provocaram reações e emoções tão intensas e encontradas.

A Catedral da Sagrada Família, concebeu-se como uma igreja neogótica perfeitamente respeitável, que deveria construir-se na zona nova de Barcelona, financiada pela Associação Espiritual de Devotos de São José. Seria uma homenagem a São José e a Sagrada Família, símbolos da vida familiar, e por extensão, da base do sistema social. Adquiriu-se um terreno, o arquiteto diocesano Francisco de Paula do Villar elaborou algumas plantas, e em 1882 colocou-se a primeira pedra.
Pouco tempo depois a associação prescindiu dos serviços do arquiteto, substituindo-o por um jovem de apenas 31 anos, chamado Antonio Gaudi.

O que começou sendo uma encomenda converteu-se para Gaudi em uma obsessão a qual dedicou o resto de sua vida, uma devoção na qual a arte e a religião se fundia numa paixão arrasadora.
A Catedral da Sagrada Família é sem dúvida hoje um dos monumentos mais importantes de Barcelona e com certeza uma das criações mais extraordinárias de toda a história da arquitetura ocidental.
Resulta difícil de escrever o estilo que Gaudi adotou para a Catedral da Sagrada Família, já que não existem equivalentes em nenhuma outra parte. Utiliza elementos góticos, mas as formas sinuosas quase líquidas devem muito a Arte Nouveau.
É como se os desenhos de Aubrey Beardsley ou as peças de prata do movimento Inglês de Artes e Ofícios se tivessem convertido em pedra. Trabalhou durante tantos anos nessa igreja – desde que aceitou a encomenda em 1883 até a sua morte em 1926 – que a construção reflete suas próprias mudanças de opiniões em temas arquitetônicos religiosos. O primeiro passo de Gaudi constitui em aumentar as dimensões da igreja. Queria também alterar sua posição, mas os alicerces já estavam feitos.

Durante cerca de dez anos, dedicou-se a construção da cripta, em um estilo mais ou menos gótico, sua principal inovação constituiu em introduzir ornamentação naturalista. Porém a partir de 1890, suas idéias se dispersaram. Abandonou os austeros conceitos de Villar, substituindo-os por uma abigarrada decoração com motivos florais e animais.
Em 1895 estava ainda desenhando a fachada leste, uma decisão polêmica, já que o povo de Barcelona começava a impacientar-se, e a fachada oeste, que dava para a cidade, parecia uma prioridade mais urgente. Gaudi justificou sua decisão alegando que o tema da fachada oriental era o Nascimento de Cristo, e que por isso deveria construir-se antes que a ocidental, cujo tema era a Paixão.
Gaudi já não considerava a igreja como um edifício que deveria construir-se com a maior rapidez possível, mas como uma manifestação religiosa por direito próprio. Realmente um catecismo feito de pedra.
Seus planos foram tornando-se cada vez mais ambiciosos e complicados. Em volta da Catedral da Sagrada Família, dever-se-ia levantar 18 agulhas, com uma grande torre central de 170 metros de altura ( tão alta como a Catedral de Colônia e muito mais que as de São Paulo de Londres e São Pedro de Roma ).
Gaudi pretendia que as torres simbolizassem os doze apóstolos, os quatro evangelistas, A Virgem Maria e o próprio Cristo ( A torre mais alta ). As três fachadas da Catedral da Sagrada Família representariam o Nascimento, a Morte e a Ressurreição de Cristo.
A abundância de simbolismo se apresenta também nos detalhes dos desenhos. Da se a impressão de que Gaudi abominava as superfícies planas. O que mais chama a atenção do visitante é o dinamismo da decoração, com animais, plantas, figuras humanas, árvores e esculturas ocupando até o último centímetro quadrado.
Se Gaudi tivesse vivido para terminá-las, muitas das esculturas se teriam emoldurado em molduras de cores Também planejava construir uma espécie de claustro ao redor de todo a Catedral, que teria isolado o recinto sagrado dos ruídos das ruas.
As quatro agulhas da fachada oriental, com 100 metros de altura, foram as ultimas partes da igreja construídas sob a direção de Gaudi, que chegou a ver terminada, apenas a torre que da para o sul, dedicada a São Barnabé.
Após sua morte e uma larga interrupção – desde 1936, quando iniciou a guerra civil espanhola, até 1952 – as obras continuaram, mas ainda faltava muito para sua conclusão, projetada para antes dos Jogos Olímpicos de Barcelona, em 1992.

O esplendor das idéias de Gaudi só pode ser apreciado de modo fragmentário: por exemplo, quando o interior se ilumina pela noite pode então se ver as luzes saindo através das pedras perfuradas.
Então a Catedral da Sagrada Família, expressa em pedra, realmente as palavras de Cristo: “Eu sou a luz do mundo”.
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