sexta-feira, 19 de julho de 2013

O Pensamento Moderno

Quando se deu a substituição da teoria geocêntrica, aceita durante mais de vinte séculos, a nova teoria Heliocêntrica não retirou apenas a Terra do centro do universo, mas também esfacelou uma construção estética que ordenava os espaços e hierarquizava o mundo superior dos Céus e o mundo inferior e corruptível da Terra. Galileu geometrizou o universo, igualando todos os espaços. Ao descobrir a Via-Láctea, contrapôs, a um mundo fechado e finito, a ideia da infinitude do céu.
Ocorre o surgimento de um novo homem, cujo valor não se encontra mais na família ou linhagem, mas no prestigio resultante do seu esforço e capacidade de trabalho. O modo de produção passo a ser capitalista.
A ciência deixa de ser serva da teologia, não mais um saber contemplativo, forma e finalista, para que, indissoluvelmente ligada à técnica, possa servir à nova classe.

Características do pensamento moderno

Racionalismo
Desenvolvendo a mentalidade crítica, questiona a autoridade da Igreja e o saber aristotélico. Assume uma atitude polemica perante a tradição. Só a razão é capaz de conhecer.
Antropocentrismo
O homem moderno coloca a si próprio no centro dos interesses e decisões. Dá-se a laicização do saber, da moral, da política, estimulada pela capacidade de livre exame.
Enquanto o pensamento antigo e medieval parte da realidade inquestionável do objeto e da capacidade do homem de conhecer, surge na Idade Moderna à preocupação com a “consciência da consciência”.

Este grande movimento especulativo, que é o pensamento moderno, naturalmente não se manifesta na sua significação imanentista senão na plenitude do seu desenvolvimento. Portanto, manifesta-se através de uma série de períodos, que se podem historicamente (e dialeticamente) indicar assim:
Descartes.1. - Antes de tudo a Renascença , em que a concepção imanentista, humanista ou naturalista, é potentemente afirmada e vivida. Trata-se, porém, de uma afirmação ainda não plenamente consciente e sistemática, em que o novo é misturado com o velho. Este, muitas vezes, prevalece, ao menos na exterioridade da forma lógica e literária. A Renascença é preparada pelo Humanismo, e tem como seu equivalente religioso a reforma protestante.
2. - A este primeiro período do pensamento moderno, que, substancialmente, abrange os séculos XV e XVI, se seguem o racionalismo e o empirismo, que abrangem os séculos XVII e XVIII. Após a revolução renascentista e protestante, sente-se a necessidade de uma séria indagação crítica, não para demolir aquelas intuições revolucionárias, mas, ao contrário, para dar-lhes uma sistematização lógica. É o que fará especialmente o racionalismo em relação ao conhecimento racional.
3. - E outro tanto fará e empirismo em relação ao conhecimento sensível. Empirismo e racionalismo são tendências especulativas, gnosiológicas, opostas entre si, como a gnosiologia sensista está certamente em oposição à gnosiologia intelectualista. Entretanto, concordam em um comum fenomenismo, pois, em ambos, o sujeito é isolado do ser e fechado no mundo das suas representações. Não se conhecem as coisas e sim o nosso conhecimento das coisas.

4. - Empirismo e racionalismo, após uma lenta, gradual e silenciosa maturação, encontrarão uma saída prática, social, política, moral, religiosa no iluminismo e, portanto, na revolução francesa (Segunda metade do século XVIII); esta representa a concreta realização do pensamento moderno na civilização moderna. Esse movimento começa na Inglaterra, triunfa na França e se espalha, em seguida, na Alemanha e na Itália.

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