sexta-feira, 19 de julho de 2013

As classes sociais no pensamento de Karl Marx



As relações de produção regulam tanto a distribuição dos meios de produção e dos produtos quanto a apropriação dessa distribuição e do trabalho. Elas expressam as formas sociais de organização voltadas para a produção. Os fatores decorrentes dessas relações resultam em uma divisão no interior das sociedades.

Por ter uma finalidade em si mesmo, o processo produtivo aliena o trabalhador, já que é somente para produzir que ele existe. Em razão da divisão social do trabalho e dos meios, a sociedade se extrema entre possuidores e os não detentores dos meios de produção. Surgem, então, a classe dominante e a classe dominada (ou seja, a dos trabalhadores).

 O Estado aparece para representar os interesses da classe dominante e cria, para isso, inúmeros aparatos para manter a estrutura da produção. Esses aparatos são nomeados por Marx de infraestrutura e condicionam o desenvolvimento de ideologias e normas reguladoras, sejam elas políticas, religiosas, culturais ou econômicas, para assegurar os interesses dos proprietários dos meios de produção.

Sabemos que esse ideal inspirou a Revolução Russa de 1917, com a criação da URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas), que foi a primeira tentativa de um governo dos trabalhadores tendo em vista a construção da sociedade comunista. No entanto, os fracassos dessa experiência ainda nos permitem pensar no papel da propriedade privada no interior da sociedade. Se ela provoca as desigualdades, mas também a sua forma de uso coletivo não se mostrou adequada, como pensar, nos dias de hoje, a relação entre política e economia? Ainda que não haja respostas contundentes sobre esse assunto, parece ser o desafio do nosso tempo enxergar as contradições do sistema e buscar, de modo adequado, tomar consciência de que a transformação exige a participação de todos.

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